JUAN DIEGO TAMAYO
( Colômbia )
Juan Diego Tamayo nasceu em Medellín em 1968.
Co-fundador do Festival Internacional de Poesia de Medellín. Seus poemas foram publicados nas revistas Prometeo, Imago, Punto Seguido, Misterio Eleusino, Isla de Barataria (Argentina). Participou do terceiro e sétimo Festival Internacional de Poesia de Medellín. Obteve o terceiro lugar no concurso de poesia Castro Saavedra (1994). Ministrou inúmeros workshops sobre apreciação poética e poesia contemporânea.
TEXTOS EN ESPAÑOL - TEXTOS EM PORTUGUÊS
MUESTRA DE POESÍA DE MEDELLIN 1950-2011. Carátula: Germán Londoño. Medellín, Colombia: 2011. 381 p. ISBN 978-958-44-8484-0 Ex. bibl. Antonio Miranda
INVOCACIÓN
Vuelvo al antiguo paisaje
de mis visiones
Al sacramento de la verdad
extendido en mi boca
como un mar lejano
Apresurado por el encuentro
la vastedad del tiempo
me detiene en sus brazos
Perdido en el asombro
me inclino
ante la imagen
QUÉ SOMOS
Sombra devorada por el mar
Llama que el viento rapta
Huellas del feroz animal en el jardín
Puerta derribada
Implacable arena del tiempo
Ceniza convertida
Vuelo en la jaula
Diamante enterrado
Humo de una pregunta inacabada
Canción de un dios dormido
Agua en los labios sin sed
Seco manantial
Desierto sin espejismo
La mirada sin horizonte
El rugido o la jaula
ENCUENTRO CON WILLIAM BLAKE
Veré a William Blake
como la tormenta en sus paraísos de fuego
Me dirá que la mañana es más sabia
que las palabras
pero éstas hacen de la manzana
el sol que ilumina los verdes prados
Allí donde irás a perderte
en la grieta del canto del grillo
eterno condenado
a cantar el verde en el verde
como nosotros cantamos
el primer latido del universo
Veré a William Blake
brillando su escudo de amapolas
Buscando sus labios
me dirá que Dios
sintiendo la necesidad del silencio
dio comienzo al canto
Los Ángeles fueron notas musicales
en el paisaje
abriendo su partitura
como el pájaro descubre el alba
Desde entonces
la respiración líquida de la tierra
perfumó la flor
que ahora nos une en las visiones
TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução: ANTONIO MIRANDA
INVOCACAÇÃO
Regreso à antiga paisagem
de minhas visões
Ao sacramento da verdade
extendido em minha boca
como um mar distante
Apressado pelo encontro
a vastidão do tempo
me retém em seus braços
Perdido no assombro
me inclino
diante da imagem
QUÉ SOMOS
Sombra devorada pelo mar
Chama que o vento rapta
Pegadas do feroz animal no jardim
Porta derrubada
Implacável arena do tempo
Cinza convertida
Voo na jaula
Diamante enterrado
Névoa de uma pergunta inacabada
Canção de um deus dormido
Água nos lábios sem sede
Seco manancial
Deserto sem espelhismo
A mirada sem horizonte
O rugido ou a jaula
ENCONTRO COM WILLIAM BLAKE
Verei William Blake
como a tormenta em seus paraísos de fogo
Me dirá que a manhã é mais sábia
que as palavras
mas elas fazem do quarteirão
o sol que ilumina os verdes prados
Ali onde vais perder-te
na fenda do canto do grilo
eterno condenado
a cantar o verde no verde
como nós cantamos
a primeira batida do universo
Verei William Blake
brilhando seu escudo de amapolas
Buscando seus lábios
me dirá que Deus
sentindo a necessidade do silêncio
deu início ao canto
Os Anjos eram notas musicais
na paisagem
abrindo sua partitura
como o pássaro descobre a alvorada
Desde então
a respiração líquida da terra
perfumou a flor
que agora nos une pelas visões
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Página publicada em dezembro de 2022
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